"Somos todos iguais. Buscamos as mesmas coisas. É incrível como tantas vezes nos camuflamos debaixo duma capa que não deixa que ninguém nos veja realmente.
Procuramos as estrelas mas não vemos o céu. Queremos conhecer o Universo mas nem nos conhecemos a nós próprios.
Estamos debaixo da terra, num buraco bem fundo e não vemos nada. As coisas não fazem sentido e então tentamos descrever o que nos vai na alma. Mas, apesar disso, não saímos da roda das coisas fúteis em que estamos metidos.
Será assim tão difícil fugir a isto tudo? Encontrar a nossa verdadeira natureza?
A tua alma terá tanta sede dessa água viva que és capaz de deixar tudo para trás e partir em busca dessa fonte de vida eterna?
Onde está o branco em ti?"
Ricardo Antunes, in "Onde está o branco em ti?"
O que mais dizer depois disto? É a verdade! As coisas fúteis do dia-a-dia, as obrigações, a rotina… prendem-nos, servem de capa para nos escondermos e não mostrarmos quem realmente somos… mas queremos esconder isso de quem? Dos outros, ou de nós próprios? O pior é quando fugimos precisamente de nós próprios. Olhamo-nos ao espelho e já não nos reconhecemos… e não gostamos daquilo que vemos. Como podemos encontrar a nossa verdadeira natureza... ou reencontrá-la? Acho que preciso de dar um passo atrás… visitar o passado, perceber quem fui e porque me transformei naquilo que sou hoje. Só regressando ao passado conseguirei tirar a capa… para depois poder ir à busca do futuro! Sinto que é isso que tenho que fazer… para conseguir "deixar tudo para trás e partir em busca da fonte de vida eterna"…
